Importa-me o tempo da vida mais do que o tempo de vida
Importa-me o livro da memória mais do que o livro de memórias
Importa-me o sumo da laranja mais do que o sumo de laranja
É no definido, no singular, na essência da particularidade,
No que para nós foi ou é
No que transcende a generalidade
E que ao peculiar do pessoal se aplica
Que reside o importante.
Importo-me com o importante
E só eu sei o que importa
E na fuga para a globalidade perde-se a essência
Escapa-se ao traço intimista
Do que sou, eu
Do que és, tu
E já não do que somos nós, ou vós
Distinguirmo-nos na homogeneidade do social
Desfaz a dispersão do global
Ergue a união do pessoal
Só com a perfeita concepção do pormenor
Se toma o todo do quadro por maior.