quarta-feira, junho 20, 2007

Trata-se SÓ (entenda-se, apenas) de um dos poemas mais bonitos cantados pelo também SÓ (entenda-se, singular) Jorge Palma, um homem SÓ (entenda-se, sozinho) nos meandros do entendimento humano.

Só por existir

Só por duvidar

Tenho duas almas em guerra

E sei que nenhuma vai ganhar
Só por ter dois sóis

Só por hesitar

Fiz a cama na encruzilhada

E chamei casa a esse lugar
E anda sempre alguém por lá

Junto à tempestade

Onde os pés não têm chão

E as mãos perdem a razão
Só por inventar

Só por destruir

Tenho as chaves do céu e do inferno

E deixo o tempo decidir
E anda sempre alguém por lá

Junto à tempestade

Onde os pés não têm chão

E as mãos perdem a razão
Só por existir

Só por duvidar

Tenho duas almas em guerra

E sei que nenhuma vai ganhar

Eu sei que nenhuma vai ganhar

Conversas com Categoria


Dei hoje comigo a tomar consciência de algo que está ao alcance de todos e que poderá parecer óbvio, mas que, como nunca, se me apresentou claro, curioso e um interessante objecto de análise: as possíveis categorias da conversa.

Temos a conversa banal, que se tem ao encontrar os diários rostos que compõem os nossos dias, onde se conta o que se fez no dia anterior, há cinco minutos atrás, ou simplesmente (esta é da praxe) se comenta o estado do tempo;

Há também a conversa do corte ou tricô, aquela a que a consciência do ser humano sempre dita fugir, e não assume apreciar, mas que sabe sempre tão bem e dá azo a coisas tão díspares quanto a cumplicidade e a intriga;

Depois a conversa de café, frequentemente acompanhada de um cigarro, que nos leva a procurar o imediato e comentar a brutalidade do empregado de mesa ao pousar a chávena ou o aspecto reles da mulher de noventa quilos e mais ou menos 1.5m de altura que acabou de entrar semi-acompanhada pela sua bruta mini-saia;

Inevitavelmente, surge também a conversa chata, enfadonha, dilacerante até, em que mais uma vez temos de ouvir a vizinha do primeiro frente a contar o quanto o seu filho mais novo é um aluno devotado, dissertando sobre as suas qualidades sem permitir que sequer respiremos nos intervalos das brilhantes características do seu rebento;

A conversa de fim de janta numa tasca! Aaaah, há lá melhor conversa que a regada por um bom vinho da casa ou mesmo uma cerveja vivinha, a borbulhar! É aqui que se descobrem todos os podres da vida de cada um, sempre acompanhados de uma gargalhada... mais raramente o arrependimento do que se disse, mas que se repetirá com veemência na próxima janta;

E a conversa confidente? Semelhante à da janta na tasca, mas frequentemente caracterizada por uma maior seriedade e onde corajosamente se diz o que há muito se queria partilhar e covardemente não se conseguia;

Agora, e por último (pelo menos hoje, pois isto dá pano para mangas), a inesperada, aquela que, ao contrário das expectativas, pode correr muito bem! ...ou muito mal... prefiro as que correm bem, claro, como aquela em que se julga vir a ter mais uma conversa banal, oca e que, inadvertidamente, toma um rumo diferente passando por interesses mútuos, intimidades, e outros prazeres acompanhados de uma boa dose de humor.

A listagem de categorias deverá continuar. Interessante seria completar-se com sugestões. Ocorre por aí mais alguma categoria de conversa? Conversa com categoria! Será um bom mote...

quinta-feira, junho 14, 2007

Flashes da Profissão

Belos «exemplares» da 35010 (o Constantino queria fugir, topam?)

What a team!

Quiz Show

sexta-feira, junho 08, 2007

Número 9: PERSEVERANÇA

Durante a minha habitual (embora cada vez menos assídua) viagem pela blogosfera, descubro num deles que não sou a única a, frequentemente, encontrar uma sequência intrigante de números. No meu caso é o 2222. No mostrador do relógio, esse então é quase diariamente! Na busca do seu significado (que ainda não encontrei...) descubro um site onde, registando o meu nome e data de nascimento, analisaram o meu perfil. Dada a parcial verdade encontrada, resolvi registá-lo. Dizia então:

Você possui a tolerância e perseverança para compreender as pessoas e situações. Suas realizações estarão ligadas à capacidade de não desistir frente aos obstáculos e encontrar soluções criativas e originais para os problemas. É independente e leal, sempre pronto a lutar pelo que acredita e ajudar os que precisam. Bastante talentoso, deve aprender a aceitar o modo de vida e opiniões das outras pessoas, sem exigir a perfeição dos que o cercam. Cuidado para não se tornar egoísta, avarento, e se fechar ao mundo por conta de timidez e falta de confiança em si mesmo/a.

(des)Entendimento


Dias de vento sem tempo a rimar

Dorme-se a tempo de o vento soprar

Leva com ele a palavra a dizer

Eles não ouvem

O grito que tem

Não chega a voz que os faça entender


Rica garganta a teimar não falar

Gente amorfa prefere calar

Gasta a palavra que tem a dizer

Conformada que está

A gentinha de cá

Não chega a voz que os faça entender


Diz o que pensa num balbuciar

Embrulham-se os tons na vez de afirmar

Não encontra a palavra que tem a dizer

Deturpada a mensagem

Mudou-se a imagem

Não chega a voz que os faça entender