sábado, dezembro 23, 2006

Feliz Natal! (ou não...)

A todos um Bom Nataaaal!
A todos um Bom Nataaaal!
Desejo um Bom Nataaaal para todos vóóóóóós!

A quem não celebra esta época natalícia, que tenha dias muuuiiito felizes de igual maneira!

Àqueles não não ligam nehuma ao Natal, que sejam felizes com aqueles, ou aquilo, a que dão maior importância!

Aos restantes, ...bem...enfim...olha, que sejam muito felizes também!

Ah! E poucas prendinhas... o Natal é mais do que isso, lembram-se?

A Bela da Lamechice


Sei que não és de lamechices (muito menos no dia de hoje) mas eu sou. Portanto, vais ter de te aguentar ao que se segue.
Já lá vão uns anitos desde que uma menina, qual princesinha no seu castelo (que, pela descrição, só posso ser eu, claro) aprisionada na redoma da mãe protectora, contemplava, cá em baixo uma temível e traquina criança, que , a bem dizer, selvagem e em liberdade, mais parecia uma pequena corça segura do seu lugar.
Esta, cada vez com maior frequência, apercebia-se da princesita que, a medo, espreitava por detrás dos seus cortinados, e sonhava poder descer e correr ao lado da livre corça. Mas a criança livre, na plenitude da sua vontade, satisfazendo o que mais lhe apetecia, desdenhava a princesita (talvez por achar que, por estar lá no alto, se sentia superior... manias...).
Um dia, o destino une-as e encontram-se na sala de aula. Sala de cheiro característico que até hoje não podem esquecer. E estou certa que, nesse cheiro, se difundia o aroma da bondade da professora que tanto ensinou e, por isso, a admiram até hoje( né?).
Daí em diante, tropeçando em esporádicas desavenças cujas razões ainda hoje lhes escapam (pois a corça primava...ou melhor, prima, por um mau feitio assumidamente levado da breca!), foram inconscientemente estreitando cada vez mais os laços que as uniam, nunca mais se libertando uma da outra.
Hoje sei que é mais que um casamento, sem dúvida. Connosco é, estou certa «até que a morte nos separe»... e mesmo assim... ;)
E nos "tlintlins" da memória secreta, esboço um sorriso. Mesmo relembrando o teu lado mais rufia, é alegre o momento em que em ti penso, porque te amo incondicionalmente e tenho certeza do que significamos uma para a outra.
Ah! E já agora, PARABÉNS maninha!(vá, goza lá agora, pois, pois, já chegaste aos trinta também..eheheh..calha a todos, ah pois é!)

quarta-feira, dezembro 20, 2006

valor do que se não tem

Quando alguém se torna parte integrante
E presente nas nossas vidas,
Conotado de certezas, inquestionável parceiro,
Porto de abrigo e ouvido sempre atento,
Tendemos a não valorizar.
Está lá
À distância de um gesto,
A um passo dos momentos solícitos,
Disposto a tudo por todas as nossas más horas,
E tendemos a não valorizar.
A sorte é o bater da consciência
Que ainda lá vai estando
E, então, temos necessidade de cantar os que merecem.
E que, no fundo, sempre sabemos terem valor,
Apesar de os não valorizar.
Desprezível ingratidão das garantias esta
Que só comprova a insatisfação do ser
Se não tem é porque faz falta
Se tem...

segunda-feira, dezembro 18, 2006

O Meu Tempo



Há muito que te negligencio. Não é minha a culpa, ou pelo menos não se deve, desta feita, ao vazio da mente, à falta de um sopro. Deve-se à total falta de espaço no tempo para me sentar e escrever.
A vida tem fases em que não se permite viver-se a si própria. Deixa-se absorver pelo que se diz diginficar o Homem, mas que muito lhe rouba: o trabalho. Rouba-me tempo para dedicar aos que mais amo, àquilo que mais gosto de fazer, desgasta-me o sentido social, apaga-me o que sou, deixa-me vã e, diria mesmo, pouco interessante.
Pelo cansaço que se torna dono, de mim e do meu tempo, não tenho sequer tempo para me reflectir, isto é, pensar-me... e rever-me, olhar os meus gestos e atitudes, tarefa que não havendo resulta na estagnação do que sou, na redução do que me embeleza, por dentro e por fora.
E não significa isto que não ame o trabalho. Atenção! Amo o que faço, a quem me dedico. Mas faltam-me as condições, faltam-me as horas, falta-me também o reconhecimento neste mundo onde nos esquecemos dos outros, do elogio, do «gosto muito de ti», do «obrigada», do«és importante para nós», do «bom trabalho!».
E não significa isto que me sinta desamada ou que só avance na força da palavra que incentiva. Contudo, ela é importante. Falta-me o gesto, falta-me a palavra que me certifique do bem que faço, ou não. Falta-me, para o bem ou para o mal, a palavra.

domingo, dezembro 03, 2006

3 de Dezembro

Celebra-se hoje o 103º aniversário de nascimento. Não está esquecido. Parabéns!

sábado, novembro 18, 2006

CON TODA PALABRA

Lhasa de sela

quinta-feira, novembro 16, 2006

sexta-feira, novembro 10, 2006

o(s) nosso(s) filme (s)

A minha história do cinema divide-se em dois momentos: antes e depois de te conhecer.
Antes era meramente interessante, um entretenimento.
Depois tornou-se deslumbrante, absorvente, um hábito, um manjar que se devora com prazer. Embora no início da minha refeição, sinto-me já engordar, com um crescente e voraz apetite.

Eis algumas iguarias que para mim confeccionaste e que contigo devorei.



Recuando no nosso tempo, recordo Cyrano intensamente. Sempre que o revejo, renascem as emoções da primeira vez.









Peculiar película esta. Mágica, terna, é também música para os olhos. Fantástica a banda sonora. Ambos a adoramos.










Para estômagos mais resistentes, esta refeição. Os nossos consumiram-na com prazer.










Uma viagem que funde os opostos, no meu entender. A cultura, as idades, as vidas. E fomos levados com os protagonistas na redefinição temporária da vida.








Nossa querida Amelie. Tens ainda muito a ensinar aos Homem.
Amamos, como tu, os belos e ténues pormenores deste mundo cravado de paixões óbvias e supérfluas. Obrigada pelo petit déjeuner, a refeição mais importante do dia, qui ça da nossa vida.


Agora obrigada a ti, meu amor. És já um indispensável detalhe que preenche o todo da minha vida.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Reflexão II

Viajo pela blogosfera e encontro-o. Espreitem-no. Folheiem-no. Podem até rasgá-lo.
Sim! Aqui sabe-me bem o rasgo! E não menos o virar da página...

http://pawelwojcik.com/grandfathersgirls/

sexta-feira, outubro 27, 2006

Vida Da Fonte Da Vida


Li um texto de Raúl Brandão_ «Há que tempos». Uma memória que a mim e aos pupilos fez levitar. E pensar... Espero que a eles também brote o ímpeto da escrita.

Que melhor metáfora que a da fonte para a criação e renovação da vida e dos seus belos pormenores? Pois é. Haverá outras, talvez. Mas alguma mais ilustrativa e cabal no simbolismo? Vejamos.

Fonte materna que gera e amamenta o ser
Fonte de energia que agita e faz mover
Fonte de inspiração (que em mim teima adormecer...)

Fonte sábia onde se bebe o conhecimento
Fonte infantil que traz o sonho com o vento
Fonte de vida em terra, nas águas ou firmamento

Quando te vejo,
és fonte do meu contentamento
Quando te sinto,
és fonte do meu prazer
E quando te vejo ir, vem a fonte do vão desalento.

Há vidas em que a fonte seca. Julgo mesmo que há vidas sem fonte. E ela é tudo...

quinta-feira, outubro 19, 2006

O inverso

Dita-me o tempo que a língua não morra
Dita-me a língua o perpetuar do tempo
Percebe-se na vida a importância da palavra
Percebe-se na palavra o quanto se quer a vida
Querem as mãos agarrar o texto todo
Quer o texto dominar todas as mãos
Corre a água à sua vontade
Corre a vontade ao sabor da água

Só não sigo eu os passos que escolho
E escolhem-me os passos que tenho para dar
E não passo dos passos que me estão a passar!

quarta-feira, outubro 11, 2006

Meu Avô

Um dia pede-me o meu pai que vá à internet. Faz já mais de um ano.«Procura este blog»_disse-me ele. Assim fiz.
Quando lá chego descubro um texto que veio a ser o mais especial texto biográfico que pude ler até hoje. E nele revi um pouco de mim. António Jacinto Pascoal foi o seu autor, a quem, mais uma vez, agradeço. Ao seu texto, segue-se o meu comentário, que esclarece o que senti.
Álvaro Cid: um herói discreto de Monforte*
Álvaro José da Trindade Cid (1903-1976) nasceu em Monforte e tem um trajecto existencial de inegável importância, dado o seu carácter intrinsecamente contestatário, num tempo em que ser anti-fascista era salvo-conduto para a anulação pessoal. Como as pessoas comuns, que não adquirem estatuto visível no domínio do grande público, Álvaro Cid atravessa a história do século XX, em Portugal, sem que se dê por ele, mas fica a sua indelével marca na vida sócio-política da vila de Monforte. Como sempre, para além dos grandes mitos e dos «heróis» consensuais, a história é feita de pessoas iguais ao comum dos mortais, decisivas, contudo, para o processo dessa mesma história.
Álvaro Cid continua a ocupar uma posição obscura na história do antifascismo português, até pelos poucos registos que nos são dados conhecer. Não sabemos se foi membro do Partido Comunista Português, embora tenha sido perseguido pela PIDE/DGS por esse motivo; sabemos, contudo, que esteve sempre longe de ser conotado com o situacionismo e que pugnou pelos direitos dos trabalhadores, que, reconhecidos, o levaram em ombros até à sua morada final, numa urna coberta pela bandeira do PCP.
Álvaro Cid nasceu num dia 3 de Dezembro de 1903, filho do comerciante José Maria Cid, um antifascista de raiz republicana, e de Rosa Emília da Trindade Cid. O pai fora Presidente da Câmara Municipal de Monforte e, em sua casa, chegou a promover actividade política, destacando-se o comício de apoio ao Dr. Arlindo Vicente, feito no quintal, com os oradores instalados na varanda. O carácter antifascista do pai, a sua própria admissão na C.M. de Monforte como funcionário e a sua posterior expulsão, por motivos políticos, moldaram o seu temperamento e instigaram-lhe a vontade de pugnar pelo estado democrático, o que lhe valeu ter tido adversários políticos e perseguições várias.
Casado e com quatro filhos, Álvaro trabalhava no Assumar, na «Casa Vaquinhas», pertença de Francisco José Vaquinhas, homem de grande dignidade e respeitador dos direitos dos trabalhadores, reconhecendo no seu empregado uma figura de elevado valor. Na altura, Álvaro integrava as fileiras das instalações fabris, onde se produzia gasogénio e «brikets». No Assumar, um Professor Primário (JVTT), representante da União Nacional, ter-se-á apercebido das tendências políticas de Álvaro e chegou a agredi-lo, ameaçando-o de o «dar como comunista». No dia seguinte, foi preso. Estávamos nos finais dos anos 30, por alturas do Natal e isso repercutiu-se negativamente na casa de Álvaro. Ao Professor Primário valeu-lhe passar a ser alcunhado publicamente de «o canalha». Já depois deste incidente, «o canalha» voltou a perseguir várias vezes Álvaro, com difamações e perjúrios, quase sempre por alturas de eleições ou do 1º de Maio. Álvaro era já um agitador político, que reunia em casa o Coronel Velez Caroço, o Dr. Manuel Portilheiro e o Dr. Florindo Madeira, todos conotados com a oposição. Aliás, o Dr. Florindo Madeira estudara em Coimbra com Álvaro Cid, sendo correligionários. A este propósito, diga-se que Álvaro Cid, por razões pouco claras, não terminou o antigo 7º ano (actual 11º), tendo estudado em Coimbra e Lisboa, onde contactou com grupos da oposição salazarista.
Entre os anos 30 e 40, fez propaganda política nos concelhos de Arronches, Monforte e Campo Maior, de mota, que comprou para o efeito. Chegou, inclusive a ser um amigo íntimo de Álvaro Cunhal.
Mais tarde tornou-se viajante, ao serviço da Casa João Camillo Alves, em negócios de distribuição de vinhos.
Das várias vezes que foi preso, recorda-se um caso em que, desprevenido, já dentro do jeep da GNR, metia à boca o retrato de Lenine e o comia, para não sofrer represálias maiores; chegado a Alter do Chão, simulou uma dor intestinal e despachou o ícone revolucionário, que lhe poderia valer uma entrada na «frigideira» do Tarrafal. Quando foi detido pela última vez, em 1951, residia já em Évora e era funcionário da Casa Camillo Alves: os dois elementos da PIDE, Silva e Candeias, deram-lhe voz de prisão, ao que Álvaro retorquiu que na sua consciência nada lhe pesava, querendo saber o motivo da detenção. Tendo o Sr. Candeias dito que o motivo era político, Álvaro não hesitou e respondeu «Estou ao vosso inteiro dispor. Se me permitirem, vou-me despedir de minha mulher e de meus filhos». Ouviram-se-lhe ainda estas palavras: «Coragem, Maria! Coragem, rapazes! O pai voltará!». Seguiu para o Aljube, sendo quase todos os dias interrogado na António Maria Cardoso (com sevícias brutais: colocado sobre bancos de cozinha, encandeado por lâmpadas de 500 velas, espancado e com os dedos esmagados, ao som das gargalhadas dos algozes). Depois foi transferido para Caxias, onde só a mulher o podia visitar. Foi numa das celas que fez o célebre dominó: um dominó com dezenas de peças, construído com miolo de pão e que faz hoje parte do espólio museológico da C.M. de Monforte. Durante os 14 meses de cativeiro, o viajante substituto entregava à mulher de Cid o respectivo ordenado, para não comprometer a casa que lhe dava emprego.
Sabe-se que em 1971, por documento pertença da C.M. de Monforte, a PIDE/ DGS enviara um ofício confidencial ao então Presidente de Câmara, Sr. José Maria Soeiro Romão. Ali se apresentavam os dados de Álvaro e lia-se uma breve nota: «É elemento que professa ideias comunistas. Em, 29 Abr. 1971». Cerca de 3 anos depois, a revolução permite-lhe imaginar que o seu passado não foi em vão e que, em sacrifício do seu bem-estar e do dos seus familiares, a sua dignidade mantinha-se, pois nunca se vergara ao regime salazarista.
Em Maio de 1974 torna-se Presidente da Comissão Administrativa e foi no exercício das suas funções que veio a falecer, no Hospital de S. José, em 1976, com 73 anos.
Durante grande parte da sua vida, escreveu artigos para o «A República», «O Século», e para periódicos mais modestos como o «Notícias da Amadora» ou «A Rabeca» de Portalegre. Sabe-se que nunca se tomou de rancores e que tratou os seus inimigos sempre como adversários políticos. Escolheu, porém, o lado da barricada mais difícil. Com isso, não teve os privilégios que poderia ter alcançado, mas alcançou aquele que é o mais caro: a dignidade da consciência.
Chegado de Lisboa, para ser sepultado, os trabalhadores de Monforte retiraram-no do carro onde seguia, carregando-o em ombros. Álvaro Cid não quis cerimónias religiosas. Mas não prescindiu da bandeira comunista sobre a sua urna. Sofreu por delito de opinião e os seus crimes foram apenas as suas crenças. Esteve preso porque pensava doutra maneira, numa sociedade atrasada e periférica que nunca prezou inovações, caracterizada por uma cultura de repressão e exclusão. Álvaro afrontou essa repressão. Desta coragem é feita a massa dos homens desassombrados. Poucos, mas imprescindíveis. Monforte deve reconhecer-lhe o lugar que merece, porque é exemplo para as novas gerações. A escola é o lugar onde o seu nome deve começar a ser estudado e descoberto. Para que não falte nenhuma peça do dominó.
Espanta-nos que a História esteja aqui mesmo a um passo.

Comments:
sandra cid said...
Curioso o cognome aqui tão condignamente atribuído: «herói discreto». Álvaro Cid foi precisamente isso para mim ao longo de toda a minha vida. Sem o conhecer, esteve sempre comigo.Desde criança que oiço histórias da sua bravura invulgar, episódios de grande audácia e perseverança que lhe trouxeram, invariavelmente, pesadas dores. Dores físicas e da alma, sendo estas últimas, acredito, as mais difíceis de suportar. Mais que um antifascista, mais que um membro da oposição política, Álvaro Cid, meu avô, foi um lutador pelos direitos humanos, recusou conivência com a injustiça, sendo incapaz de se manter indiferente à arbitrariedade cruel do regime político então vigente. Poderia ter-se subjugado à força ameaçadora do governo e seus tentáculos, mas não o fez. Tinha consciência das consequências nefastas, para si e sua família, mas, ainda assim, imperou o seu sentido de dever, ou mesmo necessidade,de participar na demanda dos direitos do povo português.Por tudo isto é grande o meu orgulho em o ter como avô, Álvaro Cid.Nasci em 1976, dias antes da sua morte. Não me pôde conhecer, mas eu conheci-o, o que só posso agradecer ao meu pai, que ao longo destes anos fez questão de pintar um retrato vivo de seu pai, permitindo-me obter os seus ensinamentos , apesar do desencontro físico. E,agora, agradeço-lhe a si, caro António Jacinto Pascoal, por esta lembrança, que resultou num belíssimo texto biográfico e literário, o qual concedeu ainda um momento de emoção e comoção aos familiares. Veio, sem dúvida, contribuir para a história de um país, em particular de Monforte, ao avivar a memória de um homem raro como Álvaro Cid. Em meu nome e de meu pai, Manuel Cid, bem haja!
Só assim te posso homenagear, Avô, perpetuando quem foste, cantando as tuas glórias.
Ocorre-me um breve pensamento: curiosa a forma como, umas vezes mais consciente, outras menos, o homem se sublima e eleva, tentando impor o antropocentrismo em natural erupção...

Desabafos. Por agora basta.

ExtraOrdinary Teachings

Today I must pay court to him. Not that it is a need. It will be even less a newness.
It's simply because I want to. It's also because Jaques voice in As You Like It by William Shakespeare has told me a lot.
Among other more obvious truths, because it has eliminated the exhaustive notion of temporariness always applied when interpreting an author. Shakespeare (just like Camões) escapes to yesterday, today and tomorrow. And most important of all, his lessons will be forever taught.

All the world's a stage,
And all the men and women merely players;
They have their exits and their entrances,
And one man in his time plays many parts,
His acts being seven ages. At first, the infant,
Mewling and puking* in the nurse's arms.
Then the whining schoolboy, with his satchel
And shining morning face, creeping like snail
Unwillingly to school. And then the lover,
Sighing like furnace, with a woeful ballad
Made to his mistress' eyebrow. Then a soldier,
Full of strange oaths and bearded like the pard*,
Jealous in honour, sudden and quick in quarrel,
Seeking the bubble reputation
Even in the canon's mouth. And then the justice,
In fair round belly with good capon* lined,
With eyes severe and beard of formal cut,
Full of wise saws* and modern instances;
And so he plays his part. The sixth age shifts
Into the lean and slippered pantaloon*
With spectacles on nose and pouch on side;
His youthful hose, well saved, a world too wide
For his shrunk shank, and his big manly voice,
Turning again toward childish treble, pipes
And whistles in his* sound. Last scene of all,
That ends this strange eventful history,
Is second childishness and mere oblivion,
Sans* teeth, sans eyes, sans taste, sans everything.
(As You Like It, 2. 7. 139-167)

Puke According to the Oxford Dictionary, this is the first recorded use of "puke" meaning "to vomit." Previously the word had been used to mean a dignified dark brown colour. Not surprisingly, once the new meaning took hold, the previous meaning disappeared rapidly; its last recorded use was in 1615 (As You Like It was written in about 1598).
Bearded like the pard As hairy as a leopard.

Capon A capon was a castrated rooster; the capon was considered a delicacy, and may well have been used to bribe officers of the law.
"Wise saws" Well-tried proverbs (clichés perhaps), contrasted with modern precedents. The judge is in more than one way well-rounded.
Pantaloon A reference to the figure of Pantalone in the Italian Commedia dell'Arte
tradition. The Pantalone was a foolish figure, made fun of by the other characters.
His
The use of "its" for the neuter possessive pronoun did not become normal until late in the seventeenth century; "his" here is therefore generic in meaning.
Sans Without (Jaques is affecting some courtly French).

sábado, outubro 07, 2006

Reflexão


É o rasgo que dilacera e desune.

O pano, a pele, a vida, os elos, os corações, as mentes, os irmãos, os amigos, as telas, as obras, a flor, a folha, o tempo,...

A tudo se aplica o rasgo, e com dor, com noção de perda que se eterniza como ferida que não sara.

Ergam-se as agulhas e as linhas em perfeita comunhão para que o rasgo se não eternize!

sexta-feira, outubro 06, 2006

Quando a Lua encontrar o Sol...


Nem sempre se pode brilhar
Mesmo que o instinto a isso obrigue

Nem sempre ilumina a nossa luz...

Ela pode muitas vezes ofuscar
E percebo que nem sempre se controle o seu raiar

Mas
Por detrás do obscurantismo da tua luz
Jaz o branco que eu conheço
Pelo qual tenho interminável apreço
E que a bom porto te conduz
Portanto, deixa-te guiar e esquece o escuro que te seduz

Sei que não é como o candeeiro do quarto
Onde o interruptor determina que se ligue ou desligue
Ordenando a hora
do anoitecer e da aurora
Muito menos será a vela que se acende ou apaga
Num breve gesto ou fraco sopro
Que, conveniente, se dissipa ou propaga

A tua luz é indomável
É a luz que seduz
É a luz que cativa
E que logo se assusta e esquiva

Encontras o quarto que queres iluminar
E logo te parece não ser aquele onde ficar


É da noite a tua luz.
Deveria talvez ser do dia...

O luar lança o feitiço
O sol revela o caminho
E se juntares as duas luzes
Claramente se definirão os passos felizes
Que impossíveis te parecem, segundo dizes

Deixa-te brilhar, meu Luar
E encontra-te infinitamente com o teu lado solar

Um beijo amigo

quarta-feira, outubro 04, 2006

Fundo de Mim


Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.

Assim aconselha(va) a sábia sensibilidade e empirismo de Eugénio de Andrade.
E eu sou uma fiel seguidora neste momento em que a descida aos infernos nada traz.
Hoje esconde-se a descoberta.
Encontro-vos ao subir.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Mudanças


Se às vezes é certeza em pedra,
Outras o é também, mas em pó.
O monte que ontem petrificara, hoje é uma nuvem só.

Nem sempre os rios confluem
Muitas vezes se bifurcam
Verdade é que como a Fénix, novos estados daí resultam.

E dá-se o metamorfosear das coisas
Belas voltas por entre os ares
Daquilo que se mostrou ser e lá parece não mais voltares.

segunda-feira, setembro 25, 2006

O que lhe diz ele ao ouvido?


Viram o «Lost in Translation»? Estão lembrados desta cena (foto)? É uma das cenas finais do filme. E deixou-me intrigada. Diria mesmo, furiosa.
Achei o filme fantástico, subtil, com muitas mensagens nos silêncios, o que aprecio. Mas, nesta cena em particular, apoderou-se de mim uma insatisfação por não saber, concretamente, o que Bob diz a Charlotte. O que lhe diz ele ao ouvido? Promessa de um encontro futuro? Declaração de amor adiada? Elogio aos escassos dias em partilha? O que terá sido?! Bah! Isto da resposta que não chega, do final que não se espera, do enigma derradeiro, são tudo características que podem até conferir valor artístico à obra, e que até me agradam, como já disse, mas deixam-me em suspensão e há momentos em que não suporto! Este foi um deles.
Não me basta a minha verdade. Quero a da (cruel) realizadora! Se é que ela a tem...

Escultura de Ron Mueck



Desta feita uma imagem, a de uma escultura. Impressionante. Mais ainda porque supera a escala humana e, todavia, não deixa de exibir traços de um realismo estarrecedor.
Sintam a ironia do olhar, a consciência de que é observado e de que choca os outros. Sustenta uma posição pseudo-introvertida que se esclarece pela expressão ousada do rosto.
Ou então, está meramente em reflexão. Ou será um simples descanso de fim de tarde.
A arte tem destas coisas. Senhora de múltiplas leituras. E não é uma questão subjectiva, porque um só sujeito olha para ela, em diferentes momentos de forma distinta. Não concordam?

segunda-feira, setembro 18, 2006

MISS DAISY

Fui eu, o Mais-Que-Tudo e uma amiga, também uma Mais-Que- Amiga.

Há muito que ansiava ver uma peça com a Grande Senhora no elenco. Já a havia visto noutros trabalhos em televisão, inclusivé como protagonista de uma peça passada no canal 2 que muito contribuiu para o seu reconhecimento, ou do seu trabalho: Mãe Coragem e os seus Filhos, de Bertolt Brecht. Por senhoras assim não se pode sentir senão admiração. De senhoras assim chegam pilhas de inspiração!

Fui vê-la ao Auditório Municipal com seu nome_ Eunice Muñoz_ em Oeiras. Esperava (não sei bem porquê) uma peça densa, com grande carga dramática, daqueles textos que nos dissecam e nos levam a casa embrenhados em reflexões e outros pensamentos analíticos. Mas, claro está, tal não aconteceu, apesar de oferecer algum espaço para a reflexão pelos flagelos sociais que também aborda. Mas foi a riqueza da protagonista e a maturação do seu relacionamento com o "motorista" que me deixaram rendida.

Juntamente com outros dois bons actores _ Guilherme Filipe e Thiago Justino (este último foi uma agradável surpresa!)_ Eunice encheu o palco de humor e graciosidade. Foi assim durante quase todo o espectáculo. Quase, porque momentos se reservaram a emoções mais intensas. Claro que esta sentimentalóide não se coibiu em verter uma lágrimazita. Desgraça.

Em suma, adorei a Miss Daisy! E recomendo vivamente!

Aqui fica a minha sugestão, completada por parte de um artigo da SIC online (abaixo).


O FILME com Morgan Freeman e Jessica Tandy

"Miss Daisy", numa versão do poeta António Barahona, marca o regresso de Eunice Muñoz ao teatro, numa peça que, pela primeira vez, vai ser apresentada em Portugal.
A peça de Alfred Uhry, que recebeu o Prémio Pulitzer e que serviu de base ao filme “Driving Miss Daisy” (1989), vai estar em cena de 30 de Junho a 15 de Julho, no Auditório Muni
cipal Eunice Muñoz, em Oeiras. Eunice Muñoz, a protagonista desta peça de teatro, far-se-á acompanhar por um elenco de luxo, constituído pelos actores Guilherme Filipe e Thiago Justino, numa peça encenada por Celso Cleto e com cenários e figurinos de José Costa Reis.


« Passada em meados do Século XX, esta peça conta a história da vivência de uma senhora judia e do seu motorista, ao longo dos vinte e cinco anos em que decorre a acção. O enredo dá destaque também ao gerar de laços profundos de amizade e compreensão entre ambos e à tentativa mútua de adaptação e compreensão, em termos pessoais e sociais, a um mundo em mutação. Esta história faz ainda uma análise subtil das tensões raciais e dos preconceitos vividos naquela época. »

"Miss Daisy" sobe ao palco de quarta-feira a sábado, às 21h30 e aos domingos, às 17h00

Eunice Muñoz como Miss Daisy


sábado, setembro 16, 2006

Parabéns!


9h15m... oiço a melodia do inolvidável Verão Azul... e não estou a sonhar...sim, é de facto o telemóvel.
Levanto-me num qualquer estado entre a dormência e o espertar, procuro vacilante o som que gradualmente aumenta e encontro-o. Atendo a chamada e surpreende-me uma voz. A menos esperada àquela hora. Sim, porque a força dos genes dita que ao fim-de-semana impera a interdição ao toque da alvorada!
E eis que chega a mensagem que trazia a explicação de tão inesperado acontecimento: haviam sido publicados os ansiados resultados. Aquele que eu vira nascer há dezo... bem não interessa estes pormenores do tempo que só me envelhecem... retomando, aquele que eu vira nascer tem agora a porta aberta para mais uma importante fase da sua vida.
Aguardam-te, estou certa, anos de muito entusiasmo e sede de conhecimento (que em ti não escasseiam), anos que mais tarde perceberás serem fulcrais naquilo que constituirá o teu ser, a tua percepção do mundo e a noção do que este mundo espera de ti. Mais importante ainda, daquilo que tu podes fazer por este mundo.
Seja o que for que venhas a conseguir, estarei lá, como um dia te disse, para te aplaudir!

Um beijo cheio de amor e ternura
(que lamechice...) :)

Da Timadrinha e Adriano

terça-feira, setembro 12, 2006

Sinto chegar
Como brisa que bate nas costas
O som que de ti ecoa
E agora em meu ouvido soa
Aqui, neste regaço que tanto gostas

Inspiram-me as tuas melodias
Ao ritmo das notas que tu crias
Brotam sons das cordas que tocas
Com teus dedos
Como palavras sentidas por mim ditas
Em jeito de segredos

Vem
Qual riacho que flui à conquista do mar
A tua música, amor, aos meus ouvidos
Para me inspirar

A ti


«Conhecer alguém aqui e ali que pensa e sente como nós, e que embora distante, está perto em espírito, eis o que faz da Terra um jardim habitado.»
(Goethe)

Olho-te e percebo a oculta tristeza
Olhas-me e encontras um espelho


Urge disfarçar, com destreza,
(Aquela que sempre revelaste)
O mergulho na incerteza
Que em breves momentos mostraste
E eu percebi
Porque te conheço
E a ti não esqueço
Nem tudo o que comigo experienciaste

Quero que saibas da culpa no meu imo
Da sensação de que não estimo
A tua entrega e disponibilidade
A tua genuína amizade

Quero que saibas ainda assim
Que essa culpa não me é clara
Nasce desta sensação rara
Do misto de insegurança e ânsia
Que dá fruto a esta distância
Que muito quero encurtar
Pois sei que muito há para dar

Tudo aquilo que foi o nosso mundo
E que parece dissipado num segundo
Não pode ter desaparecido
Estará somente em parte incerta
Num qualquer abrigo de porta aberta

O que de ti sei
E por ti sinto
Ficou
E está guardado na caixa dos pertences preciosos
Aos quais me agarro nos instantes penosos


Quero ser capaz do passo
No reencontro do teu quente e fraternal abraço
Ou então, pega nas tuas asas e voa
E pousa aqui, no meu peito, para que não doa.

Desvio de Caminho


Nisto de se ser humano muito há de inexplicável... o domínio das emoções e reacções nem sempre acontece.
Respondam-me: o que explica a ruptura de fortes afinidades sem razão aparente e repentinamente, num sopro? O que determina o angustiante desgaste de elos a priori inquebráveis e os transforma em ligações frágeis e singelas não havendo ao que apontar como causa? Que força transcendente determina que o que hoje é conforto amanhã seja inquietação, e sempre sem encontrar explicação?
Não falamos de desentendimentos, conflitos, iras ou outro agravo. Falamos de desvio de um caminho a dois, ou a três, ou a quatro, em plena unidade e sintonia que, de repente e tristemente, se ramifica, perde a coesão e a cumplicidade e nos leva a um destino onde impera a sensação de perda.
E é intensa a angústia, é doloroso o esvanecer dos laços que não se querem perder.
E nos momentos em que os caminhos parecem voltar a unir-se, ah, é tão imensa a vontade de os eternizar! Mas, sem qualquer aviso, logo parece que outros momentos nos conduzem a diferentes moradas. E porquê? Não sei. Respondam-me.
Até lá, ainda acredito e desejo que venhamos a percorrer o mesmo trilho, juntos, com a harmonia e o prazer que outrora sentimos, com a sensação de que cada minuto ou hora é pouco para partilhar o que somos e temos, e a certeza de que, num fugaz olhar, seremos capazes de transmitir ou sentir o que cada um de nós sente ou pensa.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Willed Trip


There u were
For long
Expecting the late visitor
Should've met u long ago
Though knowing u since ever
Presented was the show
Will be reminded forever
And yes... the best team was chosen
Only now it was possible
Only now it could happen
Only now it was supposed to be

Loved
Our
Nights &
Days
Overlooking the
New