sábado, outubro 07, 2006

Reflexão


É o rasgo que dilacera e desune.

O pano, a pele, a vida, os elos, os corações, as mentes, os irmãos, os amigos, as telas, as obras, a flor, a folha, o tempo,...

A tudo se aplica o rasgo, e com dor, com noção de perda que se eterniza como ferida que não sara.

Ergam-se as agulhas e as linhas em perfeita comunhão para que o rasgo se não eternize!

2 comentários:

d. disse...

Tanta sonoridade... rasgo, dilacerante...

Anónimo disse...

Não sei usar do melhor modo a minha agulha e as minhas linhas... Dou graças aos deuses de as agulhas serem quase iguais e as linhas terem cores bem diferentes... uma cor para a alma, outra cor para o coração, incolor para o corpo porque para estas coseduras as mãos são sempre diferenciadas mas indescriminadas..
E depois há essa outra linha... não incolor, não invisivel, não dominável mas compreensivel... essa linha, que não cabe no cú de nenhuma agulha, que não cabe em nenhum buraco... a não ser no meu, ou no teu, ou no dela... aquela linha que não é de cor nenhuma senão a tua... a minha... a dela... é aquela força que vamos unindo enquanto nos unimos.